No prefácio do livro Charlie Chaplin, um compilação de textos que André Bazin escreveu ao longo de sua vida sobre o magnífico cineasta, François Truffaut escreve as palavras que reproduzo abaixo:
"Charlie Chaplin, abandonado pelo pai alcoólatra, viveu seus primeiros anos na angústia de ver a mãe ser levada para o asilo; depois, quando a internaram definitivamente, na aflição de ser perseguido pela polícia. Era um pequeno vagabundo de nove anos que se esgueirava pelos muros de Kensington Road, vivendo, tal como escreve em suas Memórias, "nas camadas inferiores da sociedade". Se volto a essa infância, tão frequentemente descrita e comentada a ponto talvez de perdermos de vista sua crueza, é porque convém examinar o que há de explosivo na miséria - se ela é total. Quando Chaplin entrar na Keystone para rodar 'filmes de perseguição', correrá mais rápido e mais longe que seus colegas do music-hall, pois, embora não fosse o único cineasta a descrever a fome, foi o único a conhecê-la, e isso é o que iriam perceber os espectadores do mundo inteiro quando os filmes começaram a circular a partir de 1914."
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