Mostrando postagens com marcador bastidores. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bastidores. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Bastidores: Monica e o Desejo



Enquanto preparava a realização de Quando as mulheres esperam, encontrei-me com regularidade com o escritor Per Anders Fogeltröm. Ele estava escrevendo um romance sobre dois jovens que fogem de suas casas e, juntos, vão viver um tempo no arquipélago, no seio da natureza, regressando depois à cidade. Escrevemos juntos um roteiro com base na história e, com um detalhado programa de como a produção seria feita, entregamos tudo à SF [Svensk Filmindustri]. Minha ideia era fazer um filme de baixo custo de produção, sob rigoroso princípio de simplicidade, longe de estúdios e com um número mínimo de técnicos. A realização de Monica e o desejo foi aprovada, sendo esse filme o segundo feito de acordo com o "contrato de escravo" que tinha com a SF. Para fazer o elenco com os atores Harriet Andersson e Lars Ekborg aproveitamos cenários de Sonhos de mulheres, quer dizer, mais uma vez interrompi um filme para trabalhar em outro.

Nunca fiz um filme tão simples como Monica e o desejo. A bem dizer, foi assim: partimos para o arquipélago e gravamos o filme. Aquela liberdade nos encantou. E o sucesso de bilheteria foi considerável. 



(Ingmar Bergman em "Imagens")

domingo, 29 de junho de 2014

Bastidores: Morangos Silvestres



"Se continuar minha ponderação, penetrando um pouco mais no espaço difuso de Morangos silvestres, encontro no espírito da equipe que nele trabalhou, no esforço coletivo realizado, um caos negativo de relações humanas. O desquite da terceira esposa ainda me fazia sofrer muito. Foi uma experiência estranha aquela de amar alguém com quem não era possível viver. Também a vida em comum com Bibi Anderson, uma vida branda e criativa, havia começado a ruir, já não me recordo por que motivo. Com meus pais mantinha uma guerra aberta. Com meu pai não queria ou não podia falar, com minha mãe tentei repetidas vezes uma reconciliação temporária, mas, como dizemos em sueco, "havia demasiados cadáveres no guarda-roupa", demasiados mal-entendidos ainda frescos. Sem dúvida que nos esforçamos, pois queríamos, sim, fazer as pazes, mas os fracassos eram contínuos. 
[...]
Procurava meu pai e minha mãe, mas não podia encontrá-los. A cena final de Morangos silvestres contém uma forte dose de saudade e nostalgia: Sara toma a mão de Isak Borg levando-o para uma clareira na floresta, na qual bate sol. Do outro lado do canal ele pode divisar seus pais, que lhe acenam.
Por toda essa história perpassa um só motivo, apresentado sob múltiplas e variadas formas: a insuficiência no jogo da vida, a pobreza, o vazio, a ausência de perdão. Ainda hoje não posso avaliar, e naquela altura muito menos, como eu, por meio de Morangos silvestres, estava implorando a meus pais: vejam, compreendam e, se possível, me perdoem."



(Ingmar Bergman em "Imagens")

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Bastidores - Fausto de F. W. Murnau

Abaixo uma imagem da cena, tal como ela aparece no filme, e uma fotografia dos bastidores do filme, mostrando como ela fora feita.